23 de junho de 2009

Hugo Rodas


Foto de Ana Carolina Parada

Há 70 anos, em 1939, formava-se um laço entre a futura Brasília e uma cidade chamada Juan Lacaze, terra natal do uruguaio Hugo Rodas. O diretor, ator, dramaturgo, coreógrafo e músico, que em 1975 fez da capital do Brasil seu lar, tem sido um dos responsáveis por inscrever esta cidade, ainda tão nova, na história do teatro brasileiro. A experiência, a criatividade, o talento e a sensibilidade de Hugo Rodas deixam marcas profundas nos espetáculos dirigidos por ele, assim como no público que os assiste. Já é conhecida pelos brasilienses a forma como o diretor consegue trazer clássicos da literatura para mais perto da nossa realidade contemporânea. Perguntado se existe um segredo para adaptar textos literários para o teatro, ele diz não gostar de fórmulas e serem prazerosas tanto as montagens fiéis à obra original quanto as que propõem uma releitura do texto.



Seu jeito singular de fazer teatro é reconhecido nacionalmente e requisitado em universidades de todo o país. Mas foi no Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília (UnB) que Hugo Rodas lecionou durante 20 anos, formando jovens artistas e colaborando para a construção de uma identidade teatral brasiliense. O Cena Candanga buscou saber a opinião do diretor sobre as singularidades existentes no teatro que é feito aqui:




Com a profusão de grupos de comédia que houve em Brasília a partir dos anos 1990, há quem arrisque dizer que a cidade é hoje a capital do humor. Hugo conta como a comédia era usada no teatro alguns anos atrás:




O espírito do teatro é constante em Hugo Rodas. Ao montar um espetáculo, o diretor se envolve tanto com o trabalho, que chega a sonhar com idéias e soluções para as cenas. Sua preocupação com a simplicidade da montagem vem de uma época em que o teatro não estava preso a espaços, as peças eram pensadas para que pudessem ser realizadas em qualquer lugar.




Por ter tido uma preparação artística muito forte, tanto pelo que seus pais lhe proporcionaram – estudou música e desenho desde pequeno – quanto por iniciativa própria, Hugo Rodas é muito exigente com os atores com quem trabalha. Para ele, fazer da arte um trabalho e uma razão de vida consciente implica em muita dedicação.




Diretor dos extintos grupos Pitú e Companhia dos Sonhos, Hugo Rodas tem em seu currículo mais de 70 espetáculos realizados. Além disso, orgulha-se por ter participado da criação do TUCan – Teatro Universitário Candango –, que possibilitou uma maior prática e experimentação para os alunos do Departamento de Artes Cênicas da UnB.


Veja as fotos da entrevista.

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